O futuro será brilhante, não há espaço para dúvidas. A iluminação LED está a tomar conta de cidades por todo o mundo mas, ao mesmo tempo, está a transformar a sua aparência nocturna. Nova Iorque é um dos lugares onde a tendência se está a impor fortemente, tendo tomado conta de mais dois dos seus marcos: o Empire State Building e o Helmsley Building.
A opção pelos LEDs prende-se ao facto de serem energeticamente eficientes, de longa duração, cada vez mais baratos e facilmente controlados por programas de computador. Mas arquitectonicamente estas luzes podem mudar significativamente a aparência nocturna dos edifícios, transformando formas outrora sombrias em exibições vivas de cor, como se tem vindo a assistir.
Os LEDs, disponíveis em variadas cores, têm a capacidade de se adaptarem à arquitectura de um edifício, criando uma instalação quase teatral, quando usados em grandes quantidades. Ao mesmo tempo que iluminam, estas lâmpadas conseguem tornar-se em chamarizes nocturnos. Quanto mais avançado é o sistema de LED, mais atractivo um edifício se torna.
Com este novo recurso, os proprietários podem dar vida e valor económico a edifícios mais antigos que antes passavam despercebidos. Mas nem tudo é bom. Esta tendência está a levar muitos edifícios por todo o mundo a serem inundados pela mesma profusão de cores, constata o Atlantic Cities.
Sendo que as cidades transmitem as suas identidades também através do aspecto visual, será que corremos o risco de que estas percam a sua individualidade para se tornarem todas na mesma paleta vibrante?
O fenómeno a que assistimos não é propriamente surpreendente. Historicamente, os avanços tecnológicos são muitas vezes seguidos por uma exuberância caótica. A lâmpada incandescente, por exemplo, também foi amplamente explorada pelo seu potencial fantástico. Felizmente, os arquitectos depressa encontraram formas mais refinadas de usar os dispositivos. A sua percepção de que a iluminação eléctrica poderia ser parte integrante de uma concepção global pode ser de novo a chave para revolucionar a forma como tratamos os nossos horizontes urbanos.
Louis Sullivan foi um dos arquitectos que prontamente abraçou a lâmpada incandescente e a integrou nos seus interiores, tornando o objecto utilitário individual em parte de projectos maiores. Da mesma forma, podemos reconsiderar os edifícios iluminados com LEDs como partes de um todo colectivo.
Apesar de as formas iluminadas variarem consoante o proprietário, os edifícios são parte de uma única obra de arte: a vista nocturna. Além disso, a natureza exclusivamente digital dos LEDs dá-lhes a hipótese de serem coordenados numa escala massiva para produzir instalações singulares, poderosamente memoráveis. Resta saber se as cidades estão dispostas a parar para reconsiderar o uso desta tecnologia, definindo estratégicas de uniformização da paisagem.
in: Green Savers