A poluição do ar é responsável por mais de 2 milhões de mortes anuais, conclui um estudo que publicado na edição de hoje da revista Environmental Research Letters. Os óbitos são causados por doenças cardíacas e respiratórias resultantes do excesso de partículas de fuligem e de ozono. Por outro lado, os resultados sugerem que as Alterações Climáticas não aumentaram de forma significativa a mortalidade causada pela poluição atmosférica.
O estudo levado a cabo por uma vasta equipa internacional de cientistas, sendo a primeira autora a investigadora portuguesa Raquel A. Silva, que é atualmente estudante de doutoramento no grupo Climate Health and Air Quality Lab da Universidade da Carolina do Norte (EUA).
Os investigadores começaram por utilizar modelos de computador para estimar a concentração atmosférica de diminutas partículas de fuligem denominadas PM2.5 e de ozono em 1850, antes do início da industrialização, e no ano 2000, de forma a perceber que proporção da poluição tinha origem humana.
O passo seguinte foi analisar a relação entre a poluição do ar e a saúde humana, com base em estudos científicos realizados no passado.
De acordo com os resultados agora publicados, cerca de 2.1 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a problemas respiratórios e cardíacos resultantes da inalação de fuligem atmosférica proveniente da queima de combustíveis nos motores dos automóveis e em centrais elétricas a carvão.
Por outro lado, a exposição ao ozono atmosférico, que resulta da reação dos poluentes emitidos pelos automóveis com o oxigénio, causa 470 mil mortes por doenças respiratórias.
“A poluição atmosférica é um problema importante, conclui Jason West, coautor do artigo científico. “É provavelmente um dos mais importantes riscos ambientais para a saúde”.
O investigador acrescenta que a maioria das mortes associadas à poluição do ar acontece no Sul e Este da Ásia, onde a população é grande e a poluição acentuada.
O estudo vem ainda contrariar a teoria de que as Alterações Climáticas agravam de forma significativa a mortalidade relacionada com a poluição atmosférica. Com efeito, segundo os dados obtidos, as mudanças no clima são responsáveis por apenas 2.200 óbitos no caso da fuligem e 1.500 no que diz respeito ao ozono.
Aceda ao artigo científico disponibilizado de forma gratuita aqui
Fontes: www.guardian.co.uk, www.livescience.com, www.eurekalert.org e iopscience.iop.org