Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Químicos canadianos identificaram um novo gás com efeito de estufa que é sete mil vezes mais potente que o CO2, é comunicado na revista Geophysical Research Letters. A perfluorotributilamina é um composto químico criado para utilização na indústria e que não está regulamentado. Por existir em baixas concentrações na atmosfera não é, para já, um problema mas constitui um alerta para um tipo de químicos industriais cujo impacto no clima desconhecemos e cuja emissão não está a ser controlada.

A perfluorotributilamina, ou PFTBA, é um composto que pertence à classe das perfluoroalquiloaminas e que tem vindo a ser utilizado desde meados do século XX na produção de transístores, por exemplo, informa o jornal britânico The Guardian.

Angela Hong (University of Toronto) e os colegas determinaram a sua concentração atmosférica em Toronto e mediram o seu impacto no clima como gás com efeito de estufa, que se desconhecia.

Os resultados revelaram uma muito baixa concentração atmosférica de PFTBA quando comparada com a de CO2, mais precisamente 0.00018 ppm versus 400 ppm. No entanto, a capacidade do PFTBA aquecer a Terra num período de 100 anos é 7100 vezes superior à do CO2.

Por outro lado, verificou-se que o PFTBA persiste na atmosfera durante 500 anos e não existem mecanismos naturais de absorção como acontece no caso do dióxido de carbono.

“Isto é um aviso para nós de que este gás pode ter um impacto muito grande nas alterações climáticas – se existisse em grandes quantidades, refere Drew Schindell (Goddard Institute for Space Studies), que não participou no estudo. “Como não existe em grandes quantidades agora, não temos de nos preocupar com ele no presente, mas temos de ter a certeza de que não aumenta de forma a contribuir em grande para o aquecimento global".

Por seu lado, Angela Hong afirma: “Individualmente, numa perspetiva climática, a concentração atmosférica de PFTBA não altera de forma significativa o fenómeno das alterações climáticas”. O importante, no entanto, é que “individualmente, cada molécula é potencialmente capaz de afetar o clima, e como tem um período de vida tão longo, apresenta um efeito de longa duração”.

Angela Hong refere que o PFTBA é “toque de despertar” para a necessidade de saber mais sobre os impactos no clima dos químicos usados industrialmente e da sua regulamentação.

“O PFTBA é apenas um exemplo de um químico industrial que é produzido sem que exista legislação de controlo da produção, uso ou emissão”, refere a investigadora que assina o artigo em primeiro lugar. “Não está a ser regulado por nenhum tipo de política climática”.

Aceder ao resumo do artigo científico Perfluorotributylamina: A novel long-lived-greenhouse gas”

Fontes: http://www.guardian.co.uk e http://onlinelibrary.wiley.com