De acordo com um novo relatório divulgado pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a resistência aos antibióticos usada na produção de carne contribui para cerca de 23 mil mortes no país anualmente. A produção de carne em larga escala também leva a outras consequências desagradáveis, como a doenças das vacas loucas, o abuso animal e o escoamento de resíduos.
Muitas bactérias dos animais são transformadas em super bactérias resistentes a antibióticos, devido ao seu uso excessivo. E, segundo os CDC, dois milhões de pessoas por ano são infectadas com estas bactérias. Embora se saiba, há muito, que antibióticos de largo espectro são usados em excesso nos cuidados médicos humanos, é agora chamada a atenção também para o seu uso na indústria da carne.
Segundo o Inhabitat, 80% dos antibióticos vendidos nos EUA estão distribuídos na ração e água animal. A maioria destas aplicações não são regulamentadas e é extremamente difícil controlar onde e em que quantidades acontecem.
Ainda pouco se sabe sobre quanto dos antibióticos permanece na carne e não existem leis que exijam testes neste sentido. Mesmo doses pequenas podem desenvolver bactérias resistentes no intestino humano, bem como nos cursos de água e nos habitats próximos das quintas.
Por sua vez, matar demasiadas bactérias do organismo tem sido associado a taxas muito altas de cancro, doenças cardíacas, obesidade e diabetes.
“O uso de antibióticos para o crescimento não é necessário e a prática deve ser extinta”, pode ler-se no relatório.
A Food and Drug Administration dos EUA propôs à indústria farmacêutica que liste os seus antibióticos somente para fins de prevenção de doenças, em vez de os rotular como promotores de crescimento. Alguns especialistas sugerem mesmo a proibição total das drogas. Muitos países europeus já proibiram o uso generalizado de antibióticos, mas os EUA ainda não adoptaram tal legislação.
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in: Green Savers