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Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

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Sector da gestão de resíduos vai criar 4.070 postos de trabalho até 2020

O setor da gestão de resíduos e reciclagem vai aumentar o número de empregos em 22% até 2020, de acordo com um estudo da consultora ambiental 3Drivers e do Instituto Superior Técnico.

Segundo o relatório, o emprego direto subirá para os 13 mil postos de trabalho e o emprego indireto para os 5.500 empregos, tendo em conta o cenário de 2012. Atualmente, a grande parte dos empregos (84%) está relacionada com a recolha indiferenciada de resíduos urbanos, sendo que a recolha seletiva emprega cerca de 1.400 trabalhadores.

A criação indireta de empregos, em 2012, é estimada em 3.400 postos de trabalho.

O estudo avança que as actividades de gestão de resíduos urbanos tiveram um impacto económico direto de €357 milhões.

“De acordo com a análise realizada, a gestão de resíduos urbanos (RU) contribui para a economia verde, dado que a melhoria do desempenho ambiental se encontra conjugada com o crescimento da riqueza e do emprego”, explicou a Sociedade Ponto Verde (SPV), que promoveu o estudo.

A ideia para o estudo surgiu em 2012, quando a SPV lançou um projecto de investigação com o objectivo principal de avaliar os contributos directos e indirectos da gestão de resíduos de embalagens efectuada no âmbito do SIGRE aos níveis ambiental, económico e social no nosso país. Assim, a SPV pretendia quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens para uma economia verde.

O estudo avaliou também os contributos da gestão de resíduos a nível ambiental e económico para o País, destacando que os objetivos projetados para 2020, através do novo Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020), contribuirão para uma melhoria significativa nos três pilares da sustentabilidade.

Os efeitos na economia

O impacte económico directo (VAB) das atividades de gestão de RU, em 2012, foi de €357 milhões, concentrando-se essencialmente na recolha indiferenciada (55%). O circuito de reciclagem multimaterial, onde se incluem os processos de recolha selectiva e triagem e a actividade da Sociedade Ponto Verde, representa cerca de €77 milhões (22%) dos impactes diretos da gestão de resíduos urbanos.

Os impactes indirectos, que revelam o acréscimo de atividade económica nos setores fornecedores ao sector de gestão de RU, estão estimados em §€114 milhões.

Com base na proposta do PERSU 2020 – que aponta para que o sector de gestão de RU evolua no sentido de aumentar as taxas de recolha seletiva e de desviar RU de aterro com recurso a tecnologias de valorização material – os impactes económicos crescem significativamente. No que diz respeito ao VAB, o impacte económico directo global das actividades de gestão de RU aumentará 26%, para €451 milhões, enquanto o aumento no impacto indirecto é estimado em 55%.

Os efeitos no ambiente

Da avaliação realizada, constatou-se que em 7 das 11 categorias de impacte ambiental estudadas (acidificação, depleção de ozono troposférico, depleção de recursos hídricos, depleção de recursos minerais, fósseis e renováveis, emissão de partículas, eutrofização – águas doces, uso do solo) o actual sistema de gestão de RU conduz a um balanço ambiental positivo ou neutro. Nestas situações, os benefícios devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem (impactes evitados), são superiores, ou pelo menos idênticos, aos impactes negativos gerados pelas diversas actividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos.

Nas restantes quatro categorias (eutrofização, alterações climáticas, formação fotoquímica de ozono), os benefícios obtidos com a valorização dos RU ainda não permitem colmatar os impactes gerados com a sua gestão, sobretudo devido à existência de uma fração ainda significativa de RU que não é valorizada.

O processo mais penalizador é sobretudo a deposição de RU em aterro, devido à elevada quantidade de resíduos que ainda são enviados diretamente para aterro e que apresentam elevado teor de materiais biodegradáveis.

Ao comparar a gestão de resíduos como um todo com a gestão de resíduos de embalagens, verifica-se que o balanço ambiental da gestão das embalagens usadas é bastante mais positivo, sobretudo devido às maiores taxas de reciclagem que se verificam para este fluxo de resíduos e consequentes benefícios ambientais obtidos ao nível do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE) e à menor quantidade de resíduos que são encaminhados para eliminação em aterro.

Tendo em conta o cenário que está projetado para o ano 2020 para o novo PERSU, estima-se, por exemplo, que as emissões de GEE se reduzam 47%, o que se traduz na poupança da emissão de 522 mil toneladas de CO2. Este desempenho deve-se não só à redução dos quantitativos enviados para aterro, sobretudo das frações biodegradáveis, mas igualmente do aumento previsto para a reciclagem dos RU.

 deli_a

A cidade mais poluída do mundo

hotel_SAPO

Abandonar os horários obrigatórios para fazer o check in e check out dos hóteis será uma realidade, a curto prazo, para muitas cadeias hoteleiras, de acordo com o Yahoo Travel, que ouviu alguns especialistas em turismo. A possibilidade de fazer check in (entrar) e check out (sair) durante 24 horas por dia será “uma das mais recentes e melhores tendências da indústria do turismo”, completa o Huffington Post.

“Fazer o check in mais cedo ou fazer o check out mais tarde costumava ser algo reservado para clientes VIP, mas há cada vez mais hotéis a introduzir [esta flexibilidade] como benesse para tornar os visitantes mais especiais e dar-lhes algo mais em troca do seu dinheiro”, explicou a editora da Travelcity, Courtney Scott, ao Yahoo.

Esta medida aparentemente simples – e reforçamos o aparentemente – pode tornar as viagens e férias menos stressantes, com tudo de positivo que isso tem para a saúde dos turistas e até para algumas atitudes sustentáveis que eles possam tomar – apanhar os transportes públicos em vez de um táxi, se os checks in e out mais flexíveis lhes permitirem ter algum tempo mais para si.

Por outro lado, esta medida poderá tornar a vida mais fácil para quem tem de lidar com cancelamentos, atrasos ou outros contratempos nos seus horários. É também uma boa notícia para quem gosta de dormir um pouco mais.

Segundo o Huffington Post, será interessante perceber qual a primeira grande cadeia hoteleira que irá flexibilizar as suas entradas e saídas e transformar esta medida numa tendência global.

Foto: vxla / Creative Commons

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A bela Islândia

Aljustrel_SAPO

No final de 2014, um conjunto de aljustrelenses lançou um abaixo-assinado a alertar a câmara da localidade, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), a Almina – que gere a mina local – e a Assembleia Municipal para a “poeira negra, potencialmente cancerígena, que cai diariamente em cima de uma zona habitada” da região.

Segundo os cidadãos, que há muito procuram alertar para esta situação, a população afectada “respira o pó preto enquanto ouve e sente explosões subterrâneas que fazem o chão tremer”. “O pó é tanto que muitos populares afirmam limpar o negrume dos quintais duas vezes ao dia”, avançava o abaixoassinado.

Segundo uma reportagem da Visão de 2014, Aljustrel sempre viveu paredes meias com o caos ambiental provocado pela exploração mineira. Desativadas, finalmente, em 2008, as antigas Pirites Alentejana reabriram no ano seguinte – com a designação Almina.

A exploração foi reconvertida para a produção de cobre e o pó escuro voltou à vila. “Basta uma volta pelas redondezas para se perceber que, com a retoma da exploração mineira, em 2009, reapareceram muitas das antigas – e também novas – feridas ambientais”, escreveu a Visão.

A partir do momento em que a produção atingiu a velocidade de cruzeiro, a poluição tornou-se tema obrigatório para os 6.000 habitantes da vila, todos dependentes – direta ou indiretamente – da mina.

Emprego ou ambiente?

“O problema insere-se numa dualidade conflituosa em que as notórias chagas ambientais provocadas pela exploração mineira e os benefícios económicos carregados pela mesma se confrontam em polos opostos”, explica o abaixo-assinado.

Segundo o grupo de cidadãos que redigiu o abaixo-assinado, é inegável a mais valia económica da mina para a população. Mas é também impossível “ignorar a rede hidráulica da vila, poluída com metais pesados”. Ou ignorar “as explosões diárias que fazem o chão da vila tremer”, os “solos amarelados” que circundam as zonas explorados ou o estudo do Instituto Nacional de Saúde que colocava o risco de mortalidade por cancro de Aljustrel como o mais elevado do país.

“É também impossível ignorar um artigo do jornal Mapa onde se afirma que Aljustrel é um dos concelhos com maior incidência de cancro pulmonar em Portugal”, continua o abaixoassinado.

Pó de britagem

A poeira aljustrelense terá origem nos processos de britagem (trituração) e de estucagem (queda no parque) do minério em bruto. Não existem dados concretos, porém, sobre que partículas estão a chegar à vila nesta poeira negra. “Essa ausência de informação é só por si alarmante. Mas basta analisar a literatura científica sobre o tema para perceber que as poeiras resultantes destes processos podem conter finas partículas de metais pesados e outras substâncias como sílica, cobre, alumínio, chumbo, mercúrio, enxofre”, avança o abaixoassinado.

O impacto para a saúde destas substâncias inclui irritações nos olhos, doenças respiratórias crónicas ou cancro. “Estamos em plano século XXI e a situação nesta vila alentejana é inadmissível”, escreveu-nos há dias o leitor Humberto Figueira, alertando-nos para a situação.

Nas redes sociais é também possível encontrar referências ao pó aljustrelense – a página do Facebook Não ao Pó da Mina, por exemplo.

Smartphones em desuso podem ajudar a salvar florestas e animais

Os atuais sistemas de deteção de corte ilegal nas florestas dependem de satélites e podem levar dias ou semanas para reunir todos os dados sobre uma acção criminosa. Mas um novo projecto pretende optmizar o processo de combate à desflorestação e à proteção de animais, ao identificar a ameaça e enviar alertas às autoridades em tempo real.

Trata-se do Rainforest Connection (RFCx), que transforma smartphones velhos em dispositivos de escuta autónomos movidos a energia solar. O projeto-piloto está a ser testado numa reserva na Indonésia.

Os aparelhos passam por uma reconversão para poderem detectar e identificar – a longas distâncias – sinais de actividades de destruição ambiental, como motosserras, e de animais que estão a ser vítimas de caçadores furtivos.

Primeiro, os dispositivos são instalados nas árvores, onde ficam quase invisíveis. Cada dispositivo capta continuamente todo o som ambiente e pode detectar sons suspeitos em até um quilómetro de distância, explica o Planeta Sustentável.

Após capturar o som de uma actividade ilegal, o dispositivo transmite um alerta para o servidor do programa Rainforest Connection, que, por sua vez, envia uma mensagem para as autoridades.

Estes dados, disponíveis em tempo real, permitem que os funcionários de segurança das áreas verdes respondam com rapidez à atividade ilegal. Segundo a descrição do projecto, que procura apoio no site de financiamento colectivo Kickstarter, os dispositivos são programados para funcionar numa cobertura GSM mínima.

Se o projeto conseguir angariar o valor mínimo pretendido no Kickstarter-  $ 100 mil (cerca de € 73 mil) -, será possível construir dispositivos suficientes para proteger até 300 quilómetros quadrados de florestas na África e no Brasil.

labirinto_a

O labirinto interminável de Franco Maria Ricci

 

«Eu sou a Floresta tropical.
Eu vi-os crescer aqui,
Eles foram embora,
Mas voltam sempre.
Sim, eles voltam sempre.
Pelas minhas árvores,
Pela sua madeira,
Pelas minhas plantas,
E seus medicamentos,
Pela minha beleza,
A sua fuga.
Eu sempre aqui estive para eles, 
E fui mais do que generosa
Por vezes, dei-lhes tudo a eles,
Agora, desaparecida, para sempre.
Mas os humanos,
São tão espertos,
Tão espertos,
Com cérebros tão grandes,
E polegares oponíveis.
Eles sabem fabricar coisas,
Coisas espantosas.
E para que precisam eles de uma velha floresta como eu?
Selvas? Árvores?
Bem, todos eles respiram ar,
E eu faço ar.
Será que já pensaram nisso?
Humanos, tão espertos!
Eles descobrirão.
Humanos, a fazer ar.
Será divertido de ver! »



Um vídeo de Conservation International com locução de Kevin Spacey.

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