Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Perda de gelo no Árctico obriga a mudança nos mapas do mundo

Desde que a União Soviética se transformou em dezenas de novos países que os mapas mundiais não sofriam uma alteração tão grande como esta: a cobertura de gelo do Árctico encolheu tanto que a reputada National Geographic teve de mudar o seu atlas do mundo.

De acordo com os geógrafos, esta foi uma das “mais notáveis” alterações do atlas, que em Março publicará a sua décima edição.

Para esta alteração, Juan José Valdés e Rosemary Wardley utilizaram dados da NASA, relativos a um estudo de 30 anos, para mostrar a transformação causada pela mudança do clima e enfatizar a vulnerabilidade do gelo do Árctico a esta.

Assim, com o aquecimento do oceano o gelo passa por uma espiral decadente. Desde o final dos anos 70 que este encolheu 12% por década – esta percentagem está pior desde 2007. A perda de gelo é acelerada por um fenómeno conhecido como feedback positivo, avança a Time. O gelo fino reflecte menos a luz do Sol do que o espesso, o que permite que mais luz seja absorvida pelo oceano – isto provoca um efeito bola de neve que o enfraquece e aquece ainda mais.

Valdés acredita que o Atlas deverá ajudar as pessoas a ver os impactos das mudanças climáticas de forma tangível. Esperemos que seja verdade – mas só o poderemos saber a partir de Março.

Foto:  inakihuarte / Creative Commons

Neve escura: o fenómeno que está a acelerar o degelo das calotes polares

O fenómeno da “neve escura” está a ser observado desde os Himalaias ao Árctico, à medida que cada vez mais quantidade de pó, proveniente de terrenos mais secos, fuligem de incêndios e partículas ultrafinas de “carbono negro” da actividade industrial, viaja milhares de quilómetros através do vento e se deposita nas grandes calotes de gelo, tornando a neve escura.

O resultado é uma diminuição do albedo do gelo, ou seja, a sua capacidade para reflectir os raios solares. Como tal, uma neve mais escura absorve mais raios solares e derrete mais depressa, o que contribui para o aumento do nível da água do mar.

Um estudo de investigadores franceses, publicado na revista científica Nature Geoscience, revela que o manto de gelo superficial do Árctico – que perdeu em média 12,9 mil milhões de toneladas de gelo por ano entre 1992 e 2010 devido ao aquecimento global – possa estar a perder 27 mil milhões de toneladas adicionais por ano devido ao pó, o que deverá acrescentar vários centímetros ao nível da água dos oceanos até 2100.

Outras investigações revelam que o albedo do Árctico pode estar a diminuir muito mais rapidamente do que o estimado há alguns anos. Um estudo do início deste ano, publicado na revista Proceedings of the National Acedemy of Sciences, indica que o declínio do albedo do Árctico, entre 1979 e 2011, constituiu 25% do efeito de aquecimento através do dióxido de carbono durante o mesmo período de tempo, refere o Guardian.

De acordo com o glaciologista Jason Box, que coordena o projecto Dark Snow para medir o efeito do pó e outros efeitos escurecedores no manto da Gronelândia, a reflectividade do manto de gelo do Árctico tem estado perto de valores recordes mínimos desde o início do ano. Mesmo uma pequena diminuição na reflectividade pode aumentar para o dobro a média anual de perda de gelo. “Uma reflectividade baixa aquece a neve mais do que o normal. Um manto de neve escura vai assim derreter mais cedo e mais intensivamente”, explica o cientista.

Sistema de satélite pode antecipar cheias em cinco meses

Um sistema de satélite, que utiliza dados da NASA, pode ajudar as pessoas, os governantes e outras autoridades a prepararem-se para uma cheia ou inundação com cinco meses de antecedência, de acordo com um trabalho publicado no domingo passado no jornal Nature Geoscience.

Segundo a pesquisa, desenvolvida pela UC Irvine – Universidade da Califórnia -, o sistema baseia-se na medição de água armazenada nas bacias dos rios, antes da época de cheias. A utilização destes dados, que captam uma imagem mais completa da forma como a água se está a acumular, pode avisar mais rapidamente para possíveis cheias ou inundações – e salvar vidas ou reduzir o impacto das cheias nas infra-estruturas.

A equipa da UC Irvine explicou que a utilização deste sistema nas cheias do rio Missouri, em 2011, poderia ter avisado para a catástrofe entre dois a cinco meses antes. Neste caso, a informação da missão Gravity Recovery & Climate Experiment, da NASA, avisava para a acumulação de águas subterrâneas.

As cheias do rio Columbia, também em 2011, poderiam ter sido avisadas três meses antes de estas terem sido efectivadas. “Estes dados contêm informações hidrológicas importantes, que não são actualmente utilizadas para estimar o potencial das cheias regionais”, explicou o autor do estudo, J. T. Reager. “Isto pode aumentar significativamente a previsão de cheias nas bacias de grandes rios”.

Só nos Estados Unidos, de acordo com o National Weather Service, as cheias são responsáveis por 133 mortes por ano e um total de €2,9 mil milhões (R$ 8,8 mil milhões).

Foto:  DVIDSHUB / Creative Commons

Derretimento do gelo árctico abre novo canal de navegação para transporte de produtos petrolíferos

Numa ação que ignora ostensivamente os impactos das alterações climáticas, as empresas de navegação e transporte de mercadorias estão a aproveitar o derretimento do gelo do Árctico para encurtar as rotas de transporte de produtos petrolíferos.

Recentemente, a japonesa Mitsui O.S.K. Lines revelou planos para criar a primeira rota de navegação através do Árctico, que deverá estar operacional em 2018. A empresa irá transportar principalmente gás natural liquefeito desde a Rússia para os mercados europeus e asiáticos, utilizando três cargueiros quebra gelo que serão construídos especificamente para esta rota do Ártico. Espera-se que a nova rota encurte o tempo de transporte em 10 dias. A rota actual é feita através do Canal do Suez, refere o Inhabitat.

Nos últimos tempos, a região do Ártico tem estado nas atenções internacionais. O degelo das calotes polares que acontece a um ritmo acelerado, devido ao aquecimento global, permite a passagem de cada vez mais navios por zonas antes inavegáveis devido ao gelo. Em 2013, 71 cargueiros atravessaram o Árctico entre a Europa e a Ásia. Em 2010, apenas quatro navios o fizeram.

O derretimento das calotes permite também que estas áreas agora livres de gelo sejam exploradas comercialmente, nomeadamente ao nível da prospecção petrolífera. O Árctico armazena 22% das reservas de gás e petróleo mundiais por explorar, o que coloca a região sob duas ameaças: as alterações climáticas e o interesse económico.

Foto: Bernt Nielsen / Creative Commons

7 dias de lixo

Todos estamos cientes da poluição ou do aquecimento global. Mas será que estamos cientes da quantidade de lixo que produzimos diariamente? Gregg Segal, um fotógrafo da Califórnia, decidiu consciencializar para este problema através de imagens fortes, tendo fotografado várias pessoas que posaram com o lixo que produziram durante sete dias.

O projeto, denomidado “7 Days of Garbage”, tenta retratar pessoas de diferentes estratos sociais e o seu respectivo lixo, de maneira a alcançar o maior público alvo possível.

Segal decidiu fotografar os participantes em frente de fundos naturais, de forma a ilustrar melhor que o lixo produzido por nós está a afectar a natureza directamente. “Obviamente, a série fotográfica pretende fomentar o confronto entre as pessoas e o excesso que faz parte da vida delas. Espero que reconheçam que muito do lixo que produzem é desnecessário”, afirma o fotógrafo citado pelo Bored Panda.

Alguns dos participantes tiveram vergonha da quantidade de lixo que produziam por semana e resolveram então escolher algum do lixo para utilizar nas fotografias. Outros decidiram utilizar todo o lixo que produziram e o resultado são as imagens que pode ver aqui.

lixo-1

O urbanismo e a natureza nem sempre se relacionam da melhor forma. Mas quando tal acontece, a colaboração entre estas duas áreas pode criar algo único e especial. Exemplo disso são estas intervenções de arte urbana que incorporam os elementos naturais que estão presentes nas imediações, transformando pinturas a duas dimensões em instalações a três dimensões.

Nestes casos nem todas as paredes ou pavimentos podem ser transformadas em arte urbana: o artista tem de procurar o local perfeito e estar ciente que os elementos da natureza não são permanentes e, como tal, a obra de arte pode não durar muito tempo, refere o Bored Panda.

No entanto, as peças finais valem todo o trabalho e esforço, e são intervenções que, além de preservarem a natureza urbana, conseguem surpreender os transeuntes pela originalidade.

Veja aqui algumas destas obras de arte.

inverno_SAPO

O aquecimento global não será sinónimo de menos mortes durante os meses de inverno nas latitudes mais a norte, onde as temperaturas frias são mais severas e provocam a morte de várias pessoas.

A conclusão é de um novo estudo norte americano que indica que assumir tal probabilidade é arriscado. A teoria de que o aumento das mortes durante os meses de verão, que se tornam cada vez mais quentes, será contrabalançada com menos mortes durante o inverno, que também se torna mais quente, é contrariada por este novo estudo.

A investigação, que durou vários anos, analisou as taxas de mortalidade relacionadas com as temperaturas sazonais, especialmente entre as pessoas mais idosas, num total de 39 cidades – a maioria nos Estados Unidos e três em França.

“As nossas conclusões sugerem que a redução nas taxas de mortalidade relacionadas com o frio num clima mais quente será muito menor que aquela que está a ser assumida”, lê-se no estudo, cita o Guardian. A investigação, liderada por Patrick Kinney, do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi publicada na revista científica Environmental Research Letters.

“Percebemos que o excesso de mortalidade no inverno não depende da variação da temperatura sazonal e não era menor em cidades mais quentes por comparação com cidades mais frias, o que sugere que a temperatura não é um elemento chave para a mortalidade excessiva no inverno”, indicam os investigadores no estudo.

Embora os investigadores reconheçam de que os padrões da temperatura sazonal têm um impacto na saúde humana, muitos outros factores influenciam a taxa de mortalidade durante o inverno, especialmente em pessoas mais velhas. Doenças como a gripe – muitas vezes contraída através de encontros familiares durante o inverno – têm um impacto muito maior nas taxas de mortalidade que o frio.

Uma das tribos que vive no norte do Quénia é a dos Samburu.

Esta tribo foi fotografada recentemente por Eric Lafforgue, que realçou o seu amor pela joalharia – braceletes construídas por pedaços de objetos do dia a dia das sociedades de consumo e de pneus, por exemplo. Tanto os Samburu como os seus vizinhos Rendille são seminómadas e fazem a sua vida a partir de um animal, a vaca.

Segundo o Daily Mail, que publicou recentemente as fotos de Lafforgue, o pequeno-almoço dos Samburu é um dos mais macabros de que já ouvimos falar. Eles usam uma flecha especial que entra na veia da vaca, sem a matar. Depois, misturam o sangue do animal com o leite dele – este dieta rirca em proteínas ajudam esta tribo a sobreviver num dos mais difíceis e duros ambientes do planeta.

Nos últimos anos, porém, cada vez mais elementos desta tribo apostam na agricultura para sobreviver – seria interessante que estas práticas, ainda que milenares, fosse substituídas por outras, que não agredissem os animais.

Nova Iorque: torre Nordstrom vai ser o edifício residencial mais alto do mundo

A torre Nordstrom, que está a ser construída em Nova Iorque, vai ser o complexo residencial mais alto do mundo, com 481,28 metros. Um telhado em espiral vai conferir ainda mais altura ao edifício, num total de 541 metros – cerca de menos 30 centímetros que o World Trade Center 1, edifício que substituiu as torres gémeas do World Trade Center.

O novo complexo residencial vai ser construído no centro da cidade, no 225 da West 57th Street, mesmo no centro de Manhattan e insere-se no recente boom de construções que estão iniciadas no centro da ilha, refere o Inhabitat.

Espera-se que a torre Nordstrom esteja pronta em 2018. Haverá mais de 1,1 milhão de metros quadrados de espaço residencial, que vai incluir uma grande superfície comercial e que deverá ocupar os primeiros sete andares do edifício.

Expedição descobre ilhas permanentes de lixo no Pacífico

Em 1997, o capitão Charles Moore tornou-se conhecido ao descobrir uma enorme ilha de lixo no Pacífico, durante uma viagem de barco entre Los Angeles e Honolulu – uma corrida e não viagem, na verdade.

Desde então, muitos têm comprovado a existência desta ilha, que se acredita ser do tamanho do estado norte-americano do Texas. Recentemente, vários investigadores voltaram com Moore ao local e descobriram que existem outras ilhas permanentes de lixo à volta deste gigantesco mar de resíduos.

O regresso de Moore a esta porção de lixo teve como objectivo avaliar o impacto deste na vida marinha. Desde que encontrou este mar de plástico, Moore criou o Algalita Marine Research Institute, uma organização sem fins lucrativos focada na redução de poluição marinha.

No entanto, Moore ficou ainda mais chocado quando percebeu que, para além de vastas quantidades de plástico que deambulam no local, existe uma ilha de lixo permanente com mais de 15 metros. A ilha é em tudo idêntica a uma ilha normal, com rochas na costa, vida marinha e biodiversidade. Mas não só é artificial como é feita de lixo.

“Encontrámos sinais de permanência. E haverá um novo mundo flutuante de plástico se não pararmos com a poluição”, explicou Moore ao Live Science.

Um dos estudos mais recentes dá conta que 35% dos peixes encontrados nesta região comeram plástico em alguma parte da sua vida. Agora, estas ilhas de plástico estão cada vez mais a integrarem-se na biodiversidade, com consequências imprevisíveis.