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Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

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Geomonumento da praia do Telheiro na Costa Vicentina, considerado exemplar único no mundo, pode vir estar em perigo devido à massificação turística.

Em Sagres, a Câmara Municipal de Vila do Bispo terraplanou uma arriba fóssil quaternária para facilitar o acesso à praia do Telheiro, um dos muitos locais da Costa Vicentina que ainda está em estado natural. Consequências? Os geólogos receiam que a abertura do caminho seja o primeiro passo para colocar em perigo o geomonumento do Praia do Telheiro, considerado pelo geólogo Galopim de Carvalho “muito mais importante do que o internacionalmente conhecido Siccar Point, na Escócia”, e que figura em tudo o que é manual de geologia por esse mundo fora.

Carla Cabrita, guia da natureza, foi a primeira a insurgir-se contra esta intervenção. Ao toque de alarme, dado há um mês, respondeu de imediato a comunidade científica. Galopim de Carvalho, na sua página do Facebook, destacou a importância do geomonumento, deixando um alerta: “Urge defendê-lo do camartelo do progresso, que o desinteresse, quase sempre fruto da ignorância de quem decide, põe em risco”. 

No mesmo sentido manifesta-se, em resposta ao PÚBLICO, Ana Ramos Pereira, da Universidade de Lisboa: “Está ali um monumento que não se vê em mais lado nenhum em Portugal, e é muito raro encontrar mesmo na Europa”.
O presidente da Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, desvalorizou estas críticas: “Só fizemos melhoramentos num caminho pré-existente”. Porém, neste caso, trata-se de uma zona sensível, situada na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Por conseguinte, a Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), no passado dia 15, determinou a “necessidade de suspender qualquer intervenção na área enquanto não for devidamente comprovada a legalidade das intervenções em causa”. Uma “medida preventiva” já comunicada ao município. 

Entretanto, a IGAMAOT, interpelado pela PÚBLICO, adiantou que foram efectuadas “diligências junto do ICNF” [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], dando nota de que tais acções “poderão consubstanciar a violação dos planos especiais incidentes sobre a área”.

O autarca, socialista, diz não compreender o “fundamentalismo” com que o assunto está a ser encarado. “Só pretendemos melhorar o acesso à praia do Telheiro [não vigiada], permitindo o acesso aos veículos de socorro em caso de acidente”, justifica. Mas, de seguida, passa ao contra-ataque: “Criticam, mas não sabem do que falam, porque não foram ao local, só viram fotografias”. 

Além do caminho existente, agora terraplanado e alargado, foi prolongado o acesso, em mais 150 metros, até ao topo da arriba — um sítio onde só ocasionalmente circulavam veículos todo-o-terreno.
Paulo Fernandes, professor da Universidade do Algarve que investiga o geossítio há 25 anos, acha que “houve pouco cuidado” da parte da câmara nesta intervenção, embora reconheça que já lá existia um caminho. Mas, com a obra efectuada — sublinha —, vai ser possível estacionar no topo da arriba, o que, “além de proibido, é perigoso e potencia o risco de desmoronamento”. 

Por seu lado, Ana Ramos Pereira, especialista em geomorfologia, que fez a sua tese de doutoramento sobre esta área, lembra que a morfologia permite “ler e compreender a evolução deste território com 250 milhões de anos”. O geomonumento, explica, é muito mais do que a parte rochosa que se destaca no horizonte. “Toda a Costa Vicentina é um geopatrimónio“, sublinha Ana Ramos Pereira. Porém, não subscreve a tese “fundamentalista” de restringir o acesso ao usufruto deste património como forma de o preservar. A melhor forma de o defender, enfatiza, “é divulgar o seu valor”.

O geomonumento da praia do Telheiro dá lições de História, sublinha Galopim de Carvalho: “Houve aqui, há centenas de milhões de anos, um antigo continente em aproximação, que acabou por se fechar na sequência da colisão que os uniu”. Desse choque resultou a formação de uma “grande cadeia de montanhas, parte dela estendendo-se pelo que é hoje o sul da Europa, incluindo a Península Ibérica”.

Falar com as plantas 
Quando chega ao local, Carla Cabrita, guia da natureza há cinco anos, não resiste à tentação: começa a fazer festinhas aos tomilhos-do-mar como se estivesse a passar a mão pelo dorso de um gato. A planta, uma espécie protegida, responde às caricias libertando o seu perfume natural. “Adoro este cheiro “, diz a guia, inspirando, num gesto meditativo. Aproxima-se um casal de surfistas num carro de matrícula espanhola.

A viatura estaciona e, do interior, uma jovem atira um primeiro olhar à ondulação. O chamamento do mar surge de imediato: saltam e descem a montanha até à praia do Telheiro. “O meu receio é a massificação, espero que a destruição que se verificou noutras zonas do Algarve não se repita aqui”, observa Carla, natural do concelho. A actividade profissional que desenvolve começou pela paixão que tem pelas plantas silvestres. Ao mesmo tempo que caminha pelos trilhos, vai dando explicações aos turistas sobre a importância da biodiversidade daquele espaço. “Olha a violeta de Sagres”, diz Carla, soltando um sorriso de surpresa porque não seria suposto a planta estar tão bonita nesta época do ano. “Nos últimos tempos descobri que a geologia é a base de tudo”, afirma. Por isso, promete queixar-se às entidades europeias, “se nada for feito em Portugal” em defesa do geossítio.

 

in: http://www.publico.pt/

O Estado Portguês pretende implementar o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH).
Das dez inicialmente previstas, seis continuam em projeto, atingindo os rios Tua, Tâmega, Torno/Louredo e Mondego.
Onde se localizam? Qual o estado das obras? Quem as constrói? Quem se opõe?

Descubra, clicando nos pontos marcados no mapa.

 
Foz Tua
Fridão (escalão principal)
Fridão (escalão jusante)
Daivões
Gouvães
Alto Tâmega
Girabolhos
Bogueira

 

 

in:

Projeto Rios Livres
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
www.geota.org
facebook.com/rioslivres
Março de 2015

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O maior acidente nuclear da história da humanidade mudou a vida de milhares de pessoas que viviam nas imediações da central de Chernobyl. A população da região foi evacuada e definida uma zona de exclusão. Mas desde há 30 anos há quem resista à ameaça de um veneno radioativo invisível.

Aos 87 anos, Maria Petrovna é um dos exemplos de persistência numa zona onde um acidente ditou o destino da região ao quase abandono. Maria tinha 57 anos quando, em 1986, um acontecimento mudou o rumo da sua vida. Mas só por uns meses. Como a restante população da zona de exclusão, Maria Petrovna teve de abandonar a sua casa, a 25 quilómetros da central nuclear, a 4 de maio. Só em Opálchichi, terra de Maria, foram evacuadas cerca de 600 pessoas.

Voltou à casa na primavera seguinte. “Quando voltei dei saltos de alegria, as lágrimas caíam-me pela cara e a primeira coisa que fiz foi beijar o chão do meu jardim”, afirmou em entrevista à agência espanhola EFE. “Nasci aqui em 1929 e vivi aqui a minha vida inteira”, acrescentou. Maria Petrovna lembra-se bem dos momentos vividos nesses dias de abril de 1986. “Avisaram na rádio que tinha explodido algo na central de Chernobyl e que teríamos de ser evacuados… Chegaram com alguns equipamentos para medir a radiação e com uns autocarros”, acrescentando que “disseram para levarmos poucas coisas. No dia 4 de maio fui transferida para outro local. Comecei por ajudar ali, com os animais. Passei lá o inverno mas na primavera seguinte estava de volta a casa, a trabalhar na minha horta”.

Não voltou sozinha. Com ela regressaram cerca de 150 pessoa. Mas 30 anos depois, só restam quatro.

 

Mais do que um acidente nuclear, um lugar a que se chama “lar”

Maria Petrovna faz parte das 1500 pessoas que decidiram regressar à zona de exclusão nos anos seguintes ao acidente, onde se instalaram em 12 aldeias diferentes. Mas 30 anos depois restam 156 pessoas divididas em cinco aldeias.

Em 2010, quando se assinalava 25 anos desde a explosão do reator 4 da central nuclear, a norte-americana Holly Morris, descolou-se à Chernobyl com a intenção de fazer um documentário sobre o maior acidente nuclear de sempre. Falhou nesse ponto. "Eu achei que este seria um documentário sobre Chernobyl e a radiação e, para surpresa minha, tornou-se um filme sobre a importância do lar", explicou à BBC.

“The Babuskas of Chernobyl” é o resultado da sua convivência com a comunidade de mulheres que habita na zona de exclusão.

Entre elas está Hanna Zavorotyna que partilhou a sua história. Hanna foi uma das pessoas evacuadas, mas a sua nova casa não era o seu lar. Voltou e com ela os soldados do exército ucraniano. "Hannah contou-me que se escondeu nos arbustos para poder voltar. Outras pessoas disseram que passaram pelos soldados e afirmaram “dê-me um tiro e cave uma cova se não quer que eu fique'", disse Holly Morris. "Houve uma altura em que os oficiais desistiram”, acrescentou, alegando que quem ficava poderia acabar por morrer mas certamente seria mais feliz.

Segundo Holly Morris, há cerca de 100 mulheres a viver na zona de exclusão. Os maridos foram morrendo ao longo dos anos. “Aqui a vida nunca parou, a natureza assumiu o controlo. Está tudo como antes. Eu não vou para lugar nenhum, nem com uma arma apontada à cabeça", partilhou Valentyna Ivanivna, uma das protagonistas do documentário que acrescentou “a zona de exclusão não é uma prisão. Em Kiev eu teria morrido há muito tempo. O ar lá é muito pior".

Mas nem tudo é fácil. Para sobreviveram numa terra envenenada, estas pessoas dependem de familiares que lhes garantem os mantimentos. É o caso de Maria Petrovna que, além de viver da sua pequena pensão e de contar com a ajuda dos guardas florestais da região, a filha e o genro trazem mantimentos de Kiev, segundo a EFE.

Há pouco tempo esteve na capital ucraniana por estar doente. A filha tentou convencê-la a ficar, sem sucesso. “Até o médico me disse que o melhor lugar para mim é aqui, que em qualquer outro lugar morreria”, concluiu.

 

in: 24.sapo.pt

Ninho do Tigre, Paro, Butão.jpg

 

Reza a lenda que, no séc VIII, o Guru Rimpoche voou do Tibete para Taktsang no dorso de um tigre, onde meditou durante três meses numa caverna e converteu o vale de Paro ao budismo tântrico.

 

Mosteiro Taktsang Lhakhang, ou Ninho do Tigre, é um dos mosteiros mais sagrados dos Himalaias, construído no séc XIV, cravado na montanha, a mais de 800 metros acima do vale e já a 3.100 m acima do nível do mar.

 

É preciso força de vontade e uma curiosidade aguçada para subir falésia acima, mas o esforço de quase duas horas compensa.

 

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Larung Gar, cidade espiritual tibetana

Na maior escola budista tibetana do mundo encontram-se cerca de 40.000 monges e monjas em residência temporária por alguns períodos do ano.

 

As milhares de pequenas casas dentro do mosteiro proporcionam uma vista impressionante, onde o colorido das paredes e janelas contrasta com as cores fortes dos trajes dos monges.

 

O Mosteiro Seda, conhecido pelos tibetanos como Serthar, está localizado em Ganzi, na região Oeste da Província de Sichuan, na China.

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