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Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

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Hebron

O comité da UNESCO, reunido em Cracóvia desde 2 de Julho, tem vindo a anunciar nos últimos dias a inscrição de novos locais na lista do Património Mundial da Humanidade. Entre os vários já revelados, dois têm vindo a provocar controvérsia.

 

O primeiro é a cidade velha de Hebron, na Cisjordânia, que foi considerada “zona protegida” enquanto “local de valor universal excepcional”, com 12 votos a favor, três contra e seis abstenções, e incluída em duas listas: a do Património Mundial e a do Património em Perigo.  A moção aprovada tinha sido apresentada pela Palestina, pelo que a decisão enfureceu o embaixador Israel, cujo embaixador na UNESCO chegou mesmo a abandonar a sessão. 

Hebron tem uma população de cerca de 200.000 palestinianos e algumas centenas de colonos israelitas, instalados num enclave protegido por tropas de Israel e parcialmente inacessível aos palestinianos, perto do local sagrado que os judeus chamam de Túmulo dos Patriarcas e os muçulmanos Mesquita de Ibrahim.

Para as autoridades palestinianas, a decisão é “uma vitória da batalha diplomática travada em todas as frentes, face às pressões israelitas e norte-americanas”, lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano. Rula Maayah, ministra palestiniana do Turismo, disse mesmo que esta é uma decisão “histórica porque sublinha que Hebron” e a sua mesquita “pertencem historicamente ao povo palestiniano”. Mas para Israel, “a decisão da Unesco sobre Hebron e o Túmulo dos Patriarcas é uma mancha moral”, escreveu no Twitter o porta-voz da diplomacia de Israel, Emmanuel Nahshon. Como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lembrou sexta-feira, Hebron não é apenas islâmica. “Quem está enterrado lá? Abrãao, Isaac e Jacob. Sara, Rebeca e Lia. Os nossos pais e mães.”

Longe de conflitos políticos e ambiente de guerra, está a classificação como Património Mundial da ilha japonesa de Okinoshima, um local sagrado, que proíbe a entrada de mulheres e onde só podem entrar visitantes do sexo masculino, mas completamente nus…

Parece piada, mas não é. Este local sagrado situa-se entre a ilha japonesa Kyushu e a península sul-coreana, e mantém regras rígidas e seculares que restringem a entrada no local: além dos sacerdotes, apenas são permitidas 200 visitas por ano e há uma proibição total para o sexo feminino. Esta visita acontece uma vez por ano, no dia 27 de maio, para honrar marinheiros que morreram numa batalha naval durante a guerra russo-japonesa entre 1904-05, obrigando os homens a tirar todas as roupas e à realização de “misogi”, banhos nus no mar para se livrarem de impurezas. 

Nunca foi divulgada oficialmente a razão pela qual as mulheres estão proibidas de entrar na ilha, mas há quem diga que é devido à crença xintoísta, que diz que o sangue menstrual é impuro.

Foto: Túmulo dos Patriarcas, em Hebron (via Creative Commons)

Machu Picchu

“A cidade perdida dos Incas” é um dos destinos turísticos mais famosos do mundo. Construída no século XV como santuário religioso, no topo de uma montanha a 2490 metros de altitude, Machu Picchu foi abandonada com a chegada dos espanhóis, e só séculos depois, em 1911, foi dada a conhecer ao mundo, descoberta pelo explorador norte-americano Hiram Bingham. Em 1983, a UNESCO classificou-a Património Mundial da Humanidade e, em 2007, a velha cidadela inca foi considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

 

Hoje, este sítio arqueológico no vale do rio Urumamba recebe cerca de 1,7 milhão de visitantes por ano, um número que levou as autoridades peruanas a anunciar, recentemente, novas medidas para diminuir o impacto do turismo – aparentemente devido a pressões da UNESCO que tem ameaçou colocar Machu Picchu na lista do Património Mundial em Risco, avança o jornal britânico The Guardian. 

Assim, desde 1 de Julho que os visitantes só são autorizados a entrar na cidadela com um guia oficial, e em grupos com um máximo de 16 pessoas. Além disso, devem comprar bilhetes que lhes dão acesso apenas apenas a um período de tempo – manhã (das 6h00 ao meio-dia) ou tarde (do meio-dia às 17h30) -, e devem optar por uma de três rotas pré-definidas através do complexo arqueológico, não podendo circular livremente pelo recinto como acontecia até agora. Quem desejar ficar o dia todo, deverá comprar dois bilhetes. 

Com estas medidas, as autoridades esperam manter o misticismo e autenticidade do local, cada vez mais desvirtuados pelo número crescente de visitantes, e reduzir o congestionamento, particularmente complicado de gerir durante a época alta, nos meses de Julho e Agosto.

Foto: Creative Commons

 

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Calais, França

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Os caminhões estacionam-se na entrada do túnel do canal em Calais, France.

Neste local, há um ano atrás, mais de 2.200 migrantes tentaram invadir a entrada do túnel num esforço para chegar à Grã-Bretanha - 31,4 milhas de distância através da passagem submarina.

 

agricultora

Nos últimos cinco anos sensivelmente, a agricultura portuguesa está a sofrer uma revolução com a chegada de novos agricultores (e agricultoras) com muito mais formação do que vinha sendo hábito no nosso país. Agricultores que trazem novas técnicas, apostam em tecnologia, arriscam com novos produtos e investem no lado comercial, sobretudo na exportação, aproveitando o mercado europeu. Como resultado, as exportações estão a crescer e a produção agrícola atingiu, no ano passado, 6,84 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre. Este resultado conseguiu-se com menos agricultores, pelo que existe ainda muita margem de crescimento. Como disseram ainda recentemente alguns dos melhores chefs do mundo, reunidos para pensar na gastronomia do futuro, os agricultores serão as estrelas do amanhã, roubando-lhes o papel de actor principal.

 

Hoje, 13 de Julho, comemora-se o Dia do o agricultor, num momento quem que “ser agricultor em Portugal passou a ser prestigiante”, como refere a Quercus em comunicado, destacando o papel fundamental do agricultor na conservação dos solos, paisagem e recursos naturais. Sendo assim, continua a associação “é necessário, na próxima revisão da PAC, envolver os agricultores que estão interessados ​​em fazer parte da solução e não do problema. Para começar a incentivar os agricultores a trabalharem com a natureza, em vez de contra ela. é igualmente tempo para deixar de matar pragas para se começar a lidar com elas.”

Até porque estes novos agricultores que agora chegam aos meios rurais trazem um maior respeito pelo ambiente, promovem uma menor mobilização do solo e um uso mais sofisticado das regas. Tudo pontos positivos para a Quercus, que ainda alerta para alguns “maus exemplos verificados, tais como olivais intensivos, grandes áreas de culturas protegidas (estufas), uso excessivo de pesticidas, técnicas erosivas e utilização de OGM – Organismos Geneticamente Modificados.”

“Boa Alimentação, Boa Agricultura – Agora!” é o título da Declaração da Sociedade Civil sobre a Reforma das Políticas Agrícolas Europeias (do inglês, The Civil Society Statement on the Reform of European Agricultural Policies “Good Food, Good Farming – Now!) que a Quercus espera sejam a base para a reforma da PAC (Política Agrícola Europeia) pós-2020.

QUER COMPARAR O TAMANHO DO ICEBERG QUE SE DESPRENDEU COM A SUA CIDADE?

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O Larsen C desprendeu-se da Antárctida e, naturalmente, a notícia espalhou-se rapidamente um pouco por todo o mundo.

 

Afinal, não sendo o maior Iceberg que alguma vez se formou, é absolutamente gigante, com 5 800 quilómetros quadrados. Na sua maioria, quem deu as notícias tentou quantificar o tamanho, fazendo comparações com algum local de referência. Os próprios cientistas que acompanharam mais de perto o desprendimento, compararam-no com o Pais de Gales, já que são da Universidade de Swansea. Nós, aqui no Green Savers, dissemos que era maior que o Algarve (5400 quilometros).

Mas o Berliner Morgen Post fez melhor e criou um mapa interactivo com a área do Iceberg delineada a rosa, que pode arrastar e posicionar sobre a sua cidade ou qualquer outra área que lhe seja familiar. Muito útil para se ter uma verdadeira dimensão da magnitude do Iceberg.bE não se assuste pelo site ser alemão, é extremamente intuitivo e não precisa de perceber a língua para fazer zoom in, zoom out ou arrastar o “iceberg” pelo mapa mundo.

Foto: NASA/John Sonntag

 

Warka Water

O Climate Action Challenge é uma competição que convida designers de todo o mundo a apresentarem propostas inovadoras que possam ajudar as pessoas a adaptarem-se às alterações climáticas. O concurso foi lançado na conferência anual da What Design Can Do (WDCD) em Amesterdão, uma plataforma criada em 2011 para mostrar que o design pode ser um catalisador de mudanças e uma maneira de abordar as questões sociais da actualidade.

 

“O tema da nossa conferência este ano foram as alterações climáticas”, explica o fundador da WDCD, Richard van der Laken, no vídeo de apresentação desta iniciativa. Contando com o apoio da Fundação Autodesk, que ajuda as organizações que usam o design para criar um impacto social e ambiental positivo, e da Fundação IKEA, a filial filantrópica da marca sueca de mobiliário, o Climate Action Challenge pretende encontrar soluções inovadoras para um dos mais graves problemas com que se debate o mundo. O desafio centra-se em particular em regiões mais vulneráveis e no auxílio a comunidades mais pobres e que mais sofrem com o fenómeno das alterações climáticas.

No referido vídeo, produzido pela revista de design e arquitectura Dezeen, é possível ver alguns dos projectos apoiados pela Autodesk Foundation, como o Warka Water, uma torre em bambu que consegue captar o vapor de água atmosférico e transformá-lo em água potável, tornando-se num importante motor de mudança nas vidas de comunidades que se debatem com a escassez de água, como é o caso das aldeias do norte da Etiópia. 

Os vencedores do Climate Action Challenge serão seleccionados por um júri internacional, partilhando um prémio no valor de € 900.000, que inclui um orçamento de produção e um programa de aceleração que ajudará os designers no desenvolvimento de suas propostas. A competição está aberta a profissionais, start ups e estudantes. Os participantes têm até 21 de Agosto para enviar suas ideias para o site What Design Can Do.

Foto: Warka Water

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As alterações climáticas ameaçam destruir os progressos feitos ao nível da saúde mundial nos últimos 50 anos. A conclusão é de um novo estudo da Lancet e da London’s Global University (UCL), apoiado pela Organização Mundial da Saúde.

 

“Encaramos as alterações climáticas como um grande problema de saúde e esta situação é frequentemente negligenciada pela esfera política”, afirma Anthony Costello, director do Instituto de Saúde Global da UCL e vice-presidente da comissão de especialistas que elaborou o estudo, cita o Guardian.

A análise conclui ainda que os benefícios para a saúde resultantes da diminuição do uso de combustíveis fósseis são tão grandes que travar o aquecimento global é também uma grande oportunidade para melhorar a saúde da população mundial do século XXI.

“A nossa trajectória corrente, que aponta para 4°C de aquecimento, é algo que queremos evitar e que pode ter potenciais efeitos catastróficos para a saúde e sobrevivência humana e que poderá aniquilar todos os esforços feitos no último meio século para melhorar a saúde mundial”, indica o investigador.

A investigação, bastante abrangente, estabelece os riscos directos para a saúde, como ondas de calor, secas e inundações, mas também os riscos indiretos, decorrentes da poluição atmosférica, propagação de doenças, fome e doenças mentais.

Entre as principais recomendações da comissão responsável pelo estudo está o abandono da energia fóssil, especialmente do carvão, responsável por milhões de mortes anuais prematuras através da poluição atmosférica. O documento indica ainda que a principal barreira à transição para uma energia de baixo carbono – e respectivos benefícios inerentes para a saúde – são os interesses políticos e não a falta de financiamento ou tecnologia.

Foto: aaardvaark / Creative Commons  

Marc

Só em 2016, foram mortas 200 pessoas enquanto defendiam a terra, os recursos naturais, a vida selvagem ou a sua comunidade. Os números foram hoje divulgados pela Global Witness, revelando uma realidade cada vez mais assustadora. “Está a desenvolver-se uma cultura de impunidade”, revelou ao The Guardian John Knox, relator especial da ONU para os direitos humanos e o meio ambiente. “As pessoas em maior risco são as que já são marginalizadas e excluídas da política e da justiça, e que dependem do meio ambiente para sobreviver (…) Há a sensação de que se pode matar defensores ambientais sem repercussões, eliminar qualquer pessoa que se interponha no caminho da mineração, do agronegócio, da exploração madeireira ilegal e da construção de barragens”.

 

É por esse motivo, que o jornal britânico decidiu lançar hoje (13 de Julho) um projecto, em colaboração com a Global Witness, registando as mortes de todos os que foram assassinados em defesa do meio ambiente.

Uma das últimas mortes aconteceu a 27 de Maio, na Guatemala. Carlos Maaz Coc era um pescador, membro da comunidade indígena Q’eqchi e defensor ambiental. Foi morto durante uma manifestação pacífica contra a contaminação do lago e terras locais devido à  mineração de níquel na região. Mas as histórias multiplicam-se. De guardas de parques naturais na República Democrática do Congo a  activistas dos direitos dos indígenas no Brasil. Só nos primeiros cinco meses de 2017, já foram mortas 98 pessoas, o que significa que, estatisticamente, é provável que durante esta semana venham a ser assassinados quatro defensores do ambientais em algum lugar do planeta.

Os dados recolhidos mostram, por exemplo, que um dos principais culpados por toda esta mortandade é a indústria, principalmente a mineira, com 33 mortes no ano passado relacionadas a actividades anti-mineração. Segundo informação da Global Witness, a agricultura, as hidroeléctricas e a exploração madeireira foram as das grandes responsáveis pela violência observada. Muitos dos assassinatos ocorreram em aldeias remotas e esquecidas entre cordilheiras e florestas tropicais, sendo as comunidades indígenas as mais atingidas.

Foto: Viúva e filho de Carlos Maaz Coc – Sandra Cuffe/www.prensacomunitaria.org

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