Quando se renova um edifício, é regra geral ter em mente o que se pode deitar a baixo e o que não se podem. Uma martelada descuidada é o suficiente para romper os canos ou partir as vigas de suporte do edifício. Ou, como neste caso, descobrir coisas bastante estranhas.
O caso remonta à Turquia dos anos 1960, mas permitiu descobrir uma importante cidade subterrânea. Quando estava a remodelar a sua habitação, um habitante da província de Nevsehir, mais conhecida como Capadócia, derrubou acidentalmente uma parede. Por trás da parede derrubada estava um túnel que dava a um local que o homem ignorava.
Seguindo o túnel entrava-se na antiga cidade subterrânea de Derinkuyu, cuja existência era conhecida mas a sua entrada não. Derinkuyu foi construída no subsolo da Capadócia, chegando a atingir 60 metros de profundidade em algumas partes. A cidade era composta por 18 níveis e incluía habitações, igrejas, adegas e até uma escola. Foi concebida para albergar 20.000 pessoas e algum gado.
Estima-se que a cidade tenha começado a ser construída entre os séculos VIII e VII A.C. pelos frígios. Contudo, Derinkuyu ficou apenas totalmente construída durante o período Bizantino. A cidade está equipada com várias condutas de ventilação e várias entradas, que apenas começaram a ser exploradas depois de o primeiro túnel ter sido descoberto em 1963.
Derinkuyu foi constantemente habitada desde a sua fundação até ao século XII D.C. No século XIV terá servido de refúgio à população local durante as invasões dos mongóis. Durante a restante Idade Média foi utilizada por pessoas que eram perseguidas, nomeadamente os cristãos. A cidade apenas foi completamente abandonada em 1923, caindo depois em esquecimento.
Depois de ter sido redescoberta, a cidade abriu ao público em 1969. Atualmente, apenas metade da cidade está acessível ao público e muitas das suas entradas permanecem por descobrir.