16 Jul, 2015
A estranha habitação de Cabo Romano
Durante muitos anos, uns edifícios bizarros isolados no extremo sul da Ilha Marco, em Cabo Romano, na Flórida, foram uma fonte de mistério. Alguns habitantes da ilha pensavam que os edifícios teriam albergado cultos secretos. Outros que as habitações eram edifícios secretos do exército e havia ainda o rumor que as construções tinham sido deixadas para trás por extraterrestres.
Atualmente, estas habitações caiadas de branco são gradualmente reclamadas pelo mar, avançando centímetros todos os dias em direção à sua sepultura aquática. No entanto, o mistério da origem da construção foi finalmente revelado.
O edifício era na verdade uma casa de férias, equipada com painéis solares, construída na década de 1980 por Bob Lee, um produtor independente de petróleo. Este projeto, quase autoconstruído por Lee, foi pioneiro a nível da tecnologia sustentável muito antes de se ter em conta preocupações com a sustentabilidade das habitações. A casa sobreviveu mesmo a pelo menos um furacão, em 1992.
Antes de construir a versão de férias, na Flórida, Bob Lee construiu um protótipo do edifício nos terrenos da família em Gatlinburg, no Tennessee. Também esta construção sobreviveu ao tempo, mas sofre de problemas de humidade, de acordo com a filha de Bob, Janet Maples.
Até 1993, a habitação em forma de domo foi habitada por Janet Maples e o seu filho, ainda bebé.
Depois do furacão, a casa, assim como muitas outras na linha costeira que foram atingidas, foi sendo gradualmente abandonada, com a família a passar cada vez menos tempo lá. Em 2005, a habitação foi comprada por John Tosto, mesmo antes do furacão Wilma, que causou grandes estragos nos domos e reduziu a linha de costa, refere o Inhabitat.
Na altura da venda, Bob Lee avisou John Tosto, pelo que com a subida do nível do mar seria necessário instalar uma barreira. Uma década antes a família Tosto poderia ter construído o paredão mas, em 2007, o Department of Environmental Protection e o Collier County Code Enforcement Board ordenou que as casas fossem demolias, devido ao perigo que enfrentavam.
No entanto, a habitação nunca chegou a ser destruída e hoje permanece em ruínas, parcialmente submersa pelas águas do mar.