A lã pura e a fiação, curiosidades artesanais
Quando vês alguém pegar um novelo para começar um trabalho em tricô, crochê ou de tear, consegues imaginar como é que essa história começa? Como é que a lã do carneirinho se transforma nesse novelo?
Do carneiro até o novelo há um percurso importante que faz toda a diferença no resultado final de um trabalho e que começa antes da fiação.
Tudo começa com a tosquia! Mas o que coisa é essa de tosquia?
A tosquia é o corte da lã dos carneiros.
Os maneadores amarram a ovelha para o tosquiador fazer o trabalho.
Depois a lã bruta é ensacada para seguir adiante.
O que chega para a fiadeira é a lã bruta, suja, do jeito que saiu da tosquia.
É o que chamamos de velo de lã.
Essa lã contém a gordura natural da pele do animal além de sujeira e será lavada em água quente até tudo ser removido. Depois é esperar a secagem natural para abrir a lã e remover as últimas impurezas.
Para começar a fiar é preciso escovar a lã, ou cardar.
Cardas são essas pás com dentes de aço e a função desse processo é deixar as fibras todas no mesmo sentido.
A etapa seguinte vai acontecer toda na roca, que é essa ferramenta onde prendemos o fio e transformamos em meada.
Pegamos a lã cardada e fiamos aos poucos.
Será a sintonia entre pedalar, a rotação do carretel e o trabalho com as mãos que irá definir a espessura do fio.
Depois das meadas prontas é que passamos para o tingimento.
No final teremos essas lindas meadas de lã pura, macia e de qualidade que transformam qualquer trabalho em algo único.
Fonte: Vila do artesão