Se as temperaturas aumentarem drasticamente até ao final do século, como se prevê, as actividades ao ar livre podem passar a ser perigosas. Segundo um estudo liderado pelo climatologista Robert Kopp, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, uma hora de actividade ao ar livre, mesmo à sombra, poderá levar uma pessoa moderadamente saudável a ter uma apoplexia.
Segundo Kopp, uma mistura de calor e humidade poderá ser a responsável por esta situação. A capacidade de o corpo arrefecer depende da evaporação do suor, mas se a humidade for alta, o suor não pode evaporar e as pessoas podem morrer, como consequência.
Até recentemente, acreditava-se que a mudança do clima afastaria as pessoas das suas casas ou cidades, sobretudo nos países desenvolvidos, devido a inundações, cheias ou outras tempestades e fenómenos extremos que tornam a vida impossível. No entanto, nos últimos anos, há cada vez maiores provas de que o aumento da temperatura é a principal força ambiental que irá retirar as pessoas das suas casas e países de origem.
O estudo, que foi publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, acompanha mais de 7.000 lares na Indonésia, num período de 15 anos, e concluiu que os desastres extremos têm um impacto muito menor na migração do que o stress causado pelo calor.
Assim, as pessoas que vivem nestes lares reagiram sobretudo às altas temperaturas. Por outro lado, avança o Scientific American, a quebra das produtividade da agricultura resultante do calor é, provavelmente, a causa maior das migrações que existiram nestes 15 anos.