A Antártida terá começado a derreter há 19 mil anos e não há 14 mil anos, como se pensava até agora. De acordo com um estudo liderado por Michael Weber, da Universidade de Colónia, Alemanha, o derretimento de gelo neste continente terá aumentado em oito períodos entre 20 mil e nove mil anos atrás.
Segundo Weber, este derretimento foi tão intenso há 14 mil anos que, em apenas 100 anos, o aumento do nível do mar chegou aos dois metros.
Estas descobertas foram feitas depois da análise de núcleos de sedimentos no Mar de Scotia. Os resultados são, de resto, a primeira prova clara de um derretimento dramático na Antárctida, combinando com as previsões do futuro da região.
Até agora, pensava-se que a camada de gelo na área era relativamente estável, sendo o seu declínio uniforme. O estudo, porém, muda esta percepção. “O registo dos sedimentos sugere um padrão diferente, mais episódico, e explica que as partes do gelo se tornaram instáveis durante o final da última glaciação”, explicou Weber.
“Um fluxo forte e incomum de água morna, em direcção à Antártica, pode ter provocado estes eventos. Os nossos modelos revelam ainda que o derretimento associado aumentou este fluxo, criando um feedback positivo. Esta é uma receita perfeita para a elevação do nível do mar,” explicou Axel Timmermann, professor do Centro Internacional de Pesquisa do Pacífico da Universidade do Havai.
Foto: NASA Goddard Photo and Video / Creative Commons