Um novo estudo sobre as tartarugas marinhas comuns do Atlântico vem sublinhar a necessidade de preservação da espécie, já que a longo-prazo o aquecimento global vai acabar com um dos sexos destes animais, passando a existir apenas tartarugas fêmea.
Há muito que se sabe que a reprodução dos répteis é bastante sensível às temperaturas, levando a uma variação no rácio de machos e fêmeas que eclodem dos ovos. Para as tartarugas marinhas a temperatura chave são os 29 graus Celsius. Se os ovos se desenvolverem a temperaturas superiores a esta, as tartarugas que eclodirão vão ser maioritariamente fêmeas. Se as temperaturas ultrapassarem constantemente os 30,5 graus, um dos sexos das tartarugas marinhas pode estar condenado.
A curto-prazo, este maior rácio de tartarugas fêmea pode ser benéfico, já que a reprodução natural é potenciada. Porém, a longo-prazo poderá ser prejudicial e levar à extinção da espécie.
De acordo com Graeme Hays, professor da Deakin University e autor do estudo, as temperaturas mais elevadas representam um “sério” perigo para as populações de tartarugas. “Será o fim da história se não houver intervenção humana”, indica.
O declínio nas populações de tartarugas, potenciado pelo aquecimento, está já a ser observado nas tartarugas-verdes das Caraíbas e o estudo revela que o número de exemplares diminuiu em 1%.
Também o aumento do nível da água do mar, provocado pelo degelo das calotes polares, pode ter um impacto negativo junto das populações de tartarugas marinhas. “O aumento do nível da água resulta em perda de área das praias, onde as tartarugas põem os seus ovos, o que também pode pôr as espécies em risco”, refere Hays.
Foto: SNORKELINGDIVES.COM / MiguelVieira / mahinui / NathanF / jurvetson / SteFou! / Julie Lyn / Fuzzy Gerdes / todd.vision