Este post surge a propósito de um dos temas que os meus alunos andam a trabalhar num projeto de investigação: As alterações climáticas e a expansão de algumas espécies de insetos.
Franck Courchamp – CNRS e Université Paris-Sud-Orsay – participou conferência ‘Alterações Climáticas: por onde passa o futuro próximo?’, que teve lugar no Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MNHNC) e trouxe à discussão uma das maiores ameaças que o aquecimento global representa para o futuro da economia global e das sociedades humanas: a expansão de espécies invasoras de insetos.
Com o aumento da mobilidade de pessoas e mercadorias por todo o mundo, tem disparado o número de espécies invasoras na Europa. O aumento da temperatura cria condições ideais para a proliferação destes insetos em regiões onde antes estes teriam dificuldade em sobreviver. Entre mais de 200 espécies invasoras que atualmente se encontram na Europa, a vespa asiática é a que se tem expandido com maior rapidez, pondo em causa as espécies de abelhas autóctones, essenciais à agricultura (80% das culturas requerem polinização animal).
Este fenómeno é exemplo das consequências que os insetos invasores podem ter para a biodiversidade, os ecossistemas, a produção de alimentos e a saúde humana.
Perante estes desafios, cientistas e audiência debateram a necessidade de criar uma verdadeira agenda social para as alterações climáticas, bem como outros aspetos cruciais para enfrentar este desafio global, entre eles melhorar a articulação entre os cientistas e a comunicação social.
A tecnologia, só por si, não será nunca suficiente para descarbonizar a economia. Há fatores determinantes, como o custo das tecnologias e a disponibilidade dos cidadãos para mudarem práticas e estilos de vida, ressalvou Júlia Seixas, lançando para o debate a falta de uma agenda social para as alterações climáticas em Portugal.
Fonte:https://ambienteterritoriosociedade-ics.org/2016/12/07/uma-agenda-social-para-as-alteracoes-climaticas-clima-expo-360-e-conferencia-no-muhnac/