As alterações climáticas e novas doenças em Portugal
Devido às alterações climáticas, os mosquitos que transmitem dengue, zika e febre amarela podem trazer estas doenças para Portugal, pois podem disseminar-se, dentro de uma década, pelo sul da Europa, onde se incluiu o nosso País.
Esta é a conclusão de um estudo universitário do Imperial College London e da Universidade de Telavive, publicado a 1 de maio na revista científica “Nature Communications”.
De acordo com os resultados, entre 1950 e 2000, o mundo tornou-se 1,5 por cento (a cada década) mais apropriado ao desenvolvimento destes mosquitos. Prevê-se que esta tendência aumente para 3,2 a 4,4 por cento, por década, até 2050.
As previsões
Isto sucede por causa do aumento da temperatura e da mudança dos padrões de precipitação, que fazem aumentar as áreas em que os mosquitos da espécie “Aedes aegypti” podem viver. Nesses sítios inclui-se Portugal, Espanha, Grécia ou Turquia, além de países como China e Estados Unidos da América.
Kris Murray, do Instituto Grantham — Alterações Climáticas e Meio Ambiente, do Imperial College, explica que “este trabalho ajuda a revelar os possíveis custos, a longo prazo, de não reduzirmos agora as emissões de gases com efeito de estufa”.
De acordo com o investigador, os resultados do estudo mostram especificamente que os mosquitos já beneficiaram das recentes alterações climáticas, sentidas em todo o mundo, e que estão a aumentar o seu raio de ação – que só vai desacelerar caso haja diminuições significativas nas emissões de gases tóxicos. Os mosquitos em causa provocam outras doenças e estão já a aumentar o seu habitat e a provocar “surtos generalizados e repetidos”.