Um grande desabamento de terras perto da barragem das Três Gargantas, a maior do mundo, foi responsável pela morte de uma pessoa e feriu outras cinco perto do rio Daning, na China.

Este é o mais recente desastre natural perto da barragem chinesa, um megaprojecto que custou €52,7 mil milhões em 2003 e que poderá causar outros desmoronamentos de terras num futuro próximo.

A barragem é um enorme feito de engenharia e até um “orgulho” do povo chinês, relembra o Quartz, mas também um abrir de olhos para os legisladores chineses no que toca à aprovação de estruturas megalómanas.

Há muito que os cientistas chineses e estrangeiros têm alertado para o facto de a reserva de água de 600 quilómetros, criada pela barragem, aumentar a pressão nos terrenos que a rodeiam, numa região já por si propensa a sismos e desabamentos de terras. Depois de vários desabamentos durante os últimos anos, o ministro dos recursos chinês admitiu finalmente, em 2012, que existiram mais 70% de desmoronamentos do que os previstos.

O Governo afirmou ainda que não é possível prever acidentes geológicos causados pela barragem nos próximos três a cinco anos, pelo que mais 100.000 cidadãos terão de ser relocalizados nos próximos anos – o projecto inicial obrigou 1,3 milhões de pessoas a deixarem as suas casas.

No entanto, a China continua a sua política de construção de novas barragens, no sentido de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Até ao final de 2014, a capacidade hidroeléctrica era responsável por 20% do total de consumo de electricidade no gigante asiático. A China é também responsável por 25% de toda a energia hidroeléctrica do mundo.

Recorde-se que a China Three Gorges, empresa estatal chinesa responsável pela barragem das Três Gargantas, é a principal accionista da portuguesa EDP, com 21,35%.