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Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

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Hoje falei disto na aula: as diferenças no desenvolvimento não são apenas entre ricos e pobre e entre países; também há diferenças e desigualdades entre sexos!

Dei o exemplo dos EUA, na aula mas aqui fica mais um: no nosso país não é diferente!

Aqui fica a prova disso:

 

Os pobres em Portugal são maioritariamente mulheres, entre os 40 e os 59 anos, desempregadas, com baixa escolaridade e com rendimentos inferiores a 150 mensais, segundo o perfil traçado num estudo da AMI hoje divulgado.

Desempregadas e com baixa escolaridade são o rosto da pobreza em Portugal

 

O estudo “Vivência da pobreza – O que sentem os pobres?” foi realizado ao longo de 2012/2013 e envolveu os beneficiários dos Centros Porta Amiga da AMI em todo país (31.842), tendo sido validadas entrevistas de 26 mulheres e 24 homens, entre os quais desempregados, beneficiários do RSI, estudantes, reformados e empregados.

Apesar do estudo ter como objetivo “percecionar a imagem vivenciada da pobreza” na população apoiada pela Assistência Médica Internacional, a orientadora do estudo e diretora da Ação Social da AMI, Ana Martins, explicou que os resultados foram validados por instrumentos estatísticos que permitem extrapolar esta dimensão para um universo mais vasto.

Traçando o “perfil dominante da pessoa em situação de pobreza no universo da intervenção social da AMI”, o estudo refere que tem “um rosto de mulher desempregada que vive na companhia de alguém, uma imagem dominantemente triste com um ar precocemente envelhecido, amedrontada, sempre com uma forte vontade de ajudar quem está pior que ela”.

Apesar da baixa escolaridade (2º e 3º ciclo do Ensino Básico) e de pertencer a uma classe social muito pobre, esta mulher perceciona-se como sendo da classe média baixa e projeta-se a cinco anos como pertencendo à classe média baixa ou até mesmo média.

“Luta por um emprego, mas a falta de oportunidades ou a precariedade do emprego, juntamente com os baixos salários, impedem-na de se autonomizar, facto que por vezes, eventualmente, numa fase mais jovem da vida, lhe provoca sentimentos de revolta à mistura com sentimentos de solidariedade e pena de si própria e dos outros que possam viver em condições piores do que a dela”, descreve o estudo.

Para esta mulher, o “rendimento adequado” seria entre os 251 a 312 euros ou acima dos 312 euros ‘per capita’, refere o estudo.

A grande maioria dos inquiridos (80%) considera o desemprego como a principal causa de pobreza, enquanto 44% atribuem aos baixos salários e 26% culpam as próprias pessoas que estão na situação de pobreza.

Quando questionados sobre se alguma vez já se sentiram pobres, 52% referem que até há pouco tempo não, mas que agora se sentem, 24% reconhecem que a sua família sempre foi pobre, 6% dizem estar em risco de ficar numa situação de pobreza e 12% afirmam não estar, nem nunca ter estado nesta situação.

Das pessoas que referem não estarem, nem nunca terem estado em situação de pobreza, metade pertencem à classe social definida pelo estudo de muito pobre e a outra metade à pobre.

Questionados sobre as possibilidades de vir a sair da de pobreza, 30% pensam que têm algumas possibilidades, 20% afirmam ter muitas possibilidades, 20% referem ter poucas possibilidades e 18% nenhuma possibilidade.

O estudo refere também que a vivência da pobreza “é fortemente associada às carências e à falta de oportunidades, provocando a construção de um universo associativo de sentimentos”.

Os sentimentos estão compreendidos numa “dimensão de âmbito pessoal” (medo, tristeza, impotência, pena, acomodação, culpa, revolta, luta, vergonha, desilusão e humilhação) e numa “dimensão de âmbito social”, que contempla a solidariedade com os outros, desigualdade/injustiça e a exclusão social.

 

Lusa