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Novamente Geografando

Este blog recolhe e organiza informação relacionada com Geografia... e pode ajudar alunos que às vezes andam por aí "desesperados"!

Novamente Geografando

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1.jpgAlguns anos antes do início da instalação das lâmpadas a vapor de sódio, a emissão de luz para cima já se fazia notar pelo reflexo da luz das lâmpadas a vapor de mercúrio nas nuvens noturnas. Isto significa que o problema não está nas lâmpadas em si, mas nos formatos das luminárias que as abrigam. Estas, em maioria, cumprem a sua função de iluminar bem as nossas áreas públicas e particulares, mas, por descuido de projeto, emitem uma parcela substancial de luz para cima e para muito além das áreas a serem iluminadas. Essa luz que ultrapassa seus limites, além de inútil, causa diversos problemas ambientais.

2.jpgEsta fotografia, mostra o desperdício que apaga as estrelas. É essa luz, emitida directamente para cima, que não tem utilidade alguma. Pagamos por ela e a jogamos fora, em direcção ao espaço sideral e para dentro das casas das pessoas, causando problemas ambientais sem necessidade. A mancha vermelha, de forma oval, que aparece na parte superior da foto, é o fantasma do brilho da luminária de jardim de um vizinho. Essas imagens fantasmas também estragam as fotos de fenómenos astronómicos, que algumas vezes são muito raros. 

3.jpgNa fotografia astronómica é comum utilizar-se um tempo de exposição mais prolongado, para podermos captar a luz ténue das estrelas que não conseguimos observar a olho nu. Veja o que aconteceu com o céu noturno, e com a paisagem em geral, nesta foto com três minutos de exposição. Parece dia, mas não é. O céu ficou claro porque o filme captou e acumulou a luz que dele vinha, reflectida pelo ar numa noite quase sem nuvens. É a triste perda de um património natural de grande beleza e enorme importância para a Ciência.

4.jpgUm só campo de desporto, num clube situado no horizonte, a quilómetros de distância do Observatório, mostra bem como o alinhamento dos refletores direcionais está incorreto. Embora o campo esteja abaixo das luminárias, a luz está subindo a cerca de 45 graus com o plano horizontal. Veja o reflexo, no próprio ar, da luz desperdiçada numa noite de céu impecável para os astrónomos. Isto mostra que o problema da poluição luminosa é causado principalmente porque as pessoas não sabem que ele existe. Elas também não têm consciência de que estão perdendo muito dinheiro, incomodando outras pessoas, inviabilizando projetos de vida e interferindo negativamente com o futuro científico.

5.jpgUm simples estaleiro de obras, que utiliza refletores direcionais mal alinhados, emite luz para cima e a uma grande distância. Suas lâmpadas de brilho forte podem ser vistas do outro lado da cidade ou a partir dos aviões que sobrevoam a região. Uma pequena alteração de baixo custo poderia dirigir toda a luz apenas para a área útil, que ficaria com uma iluminação mais eficiente, não invasiva e esteticamente mais atraente. As pessoas não percebem que o excesso de luz é prejudicial até mesmo para elas próprias. A luz que atinge nossos olhos causa o fechamento de nossas pupilas. É esse ofuscamento que nos atrapalha, reduzindo a visibilidade das áreas que precisamos enxergar.

6.jpgEstas lâmpadas, instaladas na varanda de uma casa vizinha, praticamente não causam poluição luminosa. Sua luz não vai diretamente para cima porque elas estão abrigadas pelo teto. O problema aqui é, quase exclusivamente, a geração de luz intrusa, aquela espalhada para os lados, invadindo as áreas que pertencem às outras pessoas. Veja aqui também as manchas vermelhas, que são os fantasmas das duas lâmpadas. A solução seria um ressalto no teto, para baixo, ao redor da varanda.

 

Não podemos permitir que o céu noturno seja destruído sem necessidade. É a nossa Ciência que está ameaçada. A dispersão de luz para cima não é prova de progresso, mas atestado de incompetência. Na maioria das vezes, é o nosso dinheiro que vai para o espaço. São precisas leis mais abrangentes, que garantam a preservação de nosso meio ambiente para as futuras gerações!