A Câmara Municipal de Mafra e as associações guardiãs da Reserva Mundial de Surf da Ericeira, única na Europa, e defenderam a criação de uma Área de Paisagem Protegida na zona. Se esta medida for concretizada o surf da Ericeira será o segundo a nível mundial a ficar integrado num parque natural.
“A reserva mundial de surf não é mais do que uma marca americana que tem sido utilizada para vender a Ericeira como destino turístico e queremos antes que seja uma verdadeira reserva natural”, disse Tiago Matos, presidente da Associação dos Amigos da Baía dos Coxos, à agência Lusa. Outras organizações ligadas ao surf da região, como o Ericeira Surf Clube e a Associação S.O.S Salvem o Surf – que em Portugal representa a organização mundial Save the Waves, que atribuiu à Ericeira o estatuto de Reserva Mundial de Surf – são da mesma opinião, assim como a própria Câmara de Mafra.
O objetivo, segundo afirmaram os representantes deste movimento, é impedir a construção e limitar o estacionamento e o trânsito automóvel, a fim de proteger melhor a zona do ponto de vista ambiental.
O presidente da autarquia, Hélder Sousa Silva, esclareceu à Lusa que a zona já integra a Rede Natural 2000 e está sob protecção “total” do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) e do Plano Director Municipal, mas segundo Tiago Matos o trabalho para transformar a reserva em área protegida tem avançado muito devagar.
A Ericeira tornou-se em 2011 reserva mundial de surf, cujo território integra a faixa costeira entre a praia da Empa e a praia de São Lourenço e é delimitado pela estrada nacional 247, reunindo 22 ondas de classe mundial numa distância de apenas 13 quilómetros. É a única na Europa e uma das oito existentes em todo o mundo, sendo duas na Califórnia (Estados Unidos da América), outras duas na Austrália e as restantes no Chile, México e Peru.
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