Na parte oriental do arquipélago espanhol das Canárias, a uma curta distância da costa norte de África e do deserto do Sahara, encontrarmos a ilha de Lanzarote.

Originalmente formada após a erupção de um grupo de vulcões há 15 milhões de anos, toda a ilha é composta por fluxos de lava solidificada, rochas vulcânicas e muita areia preta. Quase não chove - no máximo 16 dias por ano.

Nas vastas planícies negras, as temperaturas podem atingir 50 ºC (120F). Então, como alguém consegue plantar um amor-perfeito aqui, quanto mais colher vinho que pode produzir entre 400.000 e 600.000 garrafas de vinho por ano?

Os produtores de vinho de Lanzarote são provavelmente os produtores de vinho que mais trabalham no planeta – e os seus antepassados, aqueles que descobriram a técnica para fazer vinho na sua paisagem árida no século XVIII fizeram um trabalho admirável.

A última erupção vulcânica do vulcão Timanfaya em Lanzarote ocorreu em 1730, altura em que os agricultores produziam vinho e cereais e, em geral, tiravam o máximo partido das terras agrícolas aráveis ​​da ilha.

Então ocorreu uma erupção poderosa que durou 2.053 dias – são seis anos inteiros de interminável lava quente, cinzas vulcânicas e gás atingindo a ilha.

Embora muitos residentes tenham tomado a decisão de fazer as malas e começar uma nova vida em Cuba e nas Américas, surpreendentemente, outros não estavam preparados para jogar a toalha ao chão.

Com apenas uma paisagem agreste e estranha para trabalhar, os agricultores tiveram de reinventar completamente as suas técnicas de cultivo, mas não demorou muito para que os residentes engenhosos e resilientes descobrissem que, contra todas as probabilidades, a rocha vulcânica recentemente depositada poderia realmente ser útil para eles.

Conhecido em espanhol como picón, descobriu-se que o solo vulcânico era altamente eficiente na absorção de humidade e chuva (se houver) e na sua retenção na terra negra.

Lanzarote é o único lugar no mundo onde este método único de cultivo seco (vulcânico) é utilizado.