As pirâmides não são exclusivas do Egipto. Situada a 200 quilómetros a norte de Cartum, capital do Sudão, Meroë é uma espécie de cidade perdida num país em permanente conflito. É, também, conhecida pelas suas pirâmides impecavelmente conservadas.
Ao contrário das pirâmides egípcias, as sudanesas encontram-se desertas e raramente são visitadas, ainda que sejam consideradas Património Mundial pela Unesco. Conhecida como ilha de Meroë, devido ao rio que corria, em tempos, no seu centro, o local foi a principal residência do reino de Cuche, uma das primeiras civilizações do Nilo – também conhecidos como os faraós negros.
Com seis a 30 metros de altura, as várias pirâmides foram construídas entre 720 e 300 a.C. permanecem globalmente desconhecidas. “O Egipto não tem o monopólio das pirâmides”, explica Eric Lafforgue, fotógrafo que se passeia pelo mundo a documentar tribos.
“Existem muitas pirâmides no Sudão e o país descobre regularmente novas pirâmides. As mais bonitas encontram-se em Meroë”, continuou.
Apesar de parcialmente conservado, o local já foi dinamitado pelo italiano Giuseppe Ferlini, em 1834, que também o pilhou. Estas pirâmides têm elementos decorativos inspirados pelos egípcios, gregos e romanos, de acordo com a Unesco, os que as tornam muito valiosas.
Hoje, o Sudão recebe apenas 15.000 visitantes por ano, sobretudo devido às sanções económicas impostas ao país devido aos conflitos do Darfur, que afectou a indústria do turismo. Nos últimos anos, o Qatar doou €120 milhões para renovar e apoiar as antiguidades do Sudão.